Uma vilã Chamada Matemática
Daiane Matos
Ensinar matemática de forma satisfatória, que alcance a todos,
sempre foi um desafio para os professores em todas as épocas, e as operações de
multiplicação e divisão apresentam um impasse para o aprendizado das crianças
até os dias de hoje.
Prova disso, é que os alunos têm resistência à popularmente chamada “Tabuada
de vezes” e este fato é resquício de um ensino tradicional e arcaico da
multiplicação nas escolas, onde os alunos se veem obrigados a decorar as
operações e saber operacionalizá-las a qualquer custo.
A
repulsa por esta disciplina denuncia um pedido aflito, dos alunos, por aulas mais atrativas, menos carregadas de cobranças, mais divertidas,
bem como suas brincadeiras e jogos de todos os dias com os amigos. Afinal, Matémática é coisa séria, mas a brincadeira também é.
Diante disso, percebe-se a necessidade
de se trabalhar a matemática de forma lúdica, utilizando de
brincadeiras e jogos para estimular a aprendizagem dos alunos. Primeiro
por que é
preciso desmistificar a idéia de "terror" associada à disciplina,
resquício de
uma educação tradicional que usa a matématica para punir e reprovar os
"fracos" (os que não se desenpenham bem na disciplina), promover e
recompensar os "bons" (os que têm melhor aproveitamento na disciplina).
Depois, por que é necessário que a criança seja o
sujeito da sua própria aprendizagem, e mais, que esteja em contato com outras
experiências para explorar toda a forma de conhecimento possível. O que durante anos
foi impedido de as crianças fazerem nas escolas, pois o professor era o centro do processo educativo e
ele transmitia os conhecimentos, cabendo ao aluno somente a repetição. Quando a
criança brinca, ela cria suas próprias hipóteses, utiliza seu corpo inteiro
para solucionar problemas. Sem contar que a brincadeira dá prazer e faz parte
do cotidiano das crianças, instiga a tentar sempre e nunca desistir.
Proposta de uma oficina
Durante as aulas da Disciplina Metodologia do Ensino de Matemática na Universidade em que sou graduanda do curso de pedagogia, discutimos muito a respeito da dificuldade que os alunos têm em aprender matemática por conta da metodologia ainda empregada nas escolas por parte dos professores. Foi então, que o professor Marcelo nos propôs um trabalho para desenvolvermos com alunos de 3 à 9 anos, que trouxesse uma proposta lúdica de trabalhar os assuntos de matémática.
Nasce a oficina:
BRINCANDO DE TABUADA
A oficina tem por objetivo desmistificar a ideia de memorização
aliada a tabuada, pretendendo demonstrar através de atividades envolventes e
lúdicas que para aprender tabuada não é preciso decorar, mas aprender de
forma contextualizada e divertida. Para tanto nos propomos (eu e minhas colegas de curso, Daniele Carvalho, Fabiana Patury e Elinélia Oliveira) a desenvolver para
os alunos do terceiro e quarto anos do Ensino Fundamental uma gincana de equipes, onde os
alunos precisarão operar multiplicação juntamente com seu grupo desenvolvendo a
coletividade, o raciocínio lógico e a cognição por meio do jogo.
Série: 3º e 4º Ano
Carga horária: 10
horas/aula ( 2 dias)
Pré-requisito: Para
realização destas atividades, os alunos deverão ter conhecimentos de:
- Operações de adição;
- Noções básicas de multiplicação;
- Raciocínio lógico-matemático.
Objetivos Específico:
- Estimular os alunos a usarem cálculos para solucionar problemas cotidianos.
- Realizar atividades lúdicas e diferenciadas, como o jogo de dominó, caça ao tesouro, entre outras.
- Trabalhar questões do cotidiano dos alunos onde eles precisem usar a tabuada com o intuito de despertar neles a busca das respostas;
- Incentivar o aluno a interpretar e resolver cálculos mentais de multiplicação.
A
oficina será realizada por meio de uma gincana matemática de grupos de 5 alunos
cada.
1ª Atividade:
Formação dos grupos
Dinâmica dos grupos. A
professora deverá ir dando comandos de números, para que os alunos possam se
agrupar em grupos conforme o numero de integrantes que a professora sugerir. Ex. "Grupos de 4", após a formação, se ficar alunos de fora vai se sentando nas cadeiras ja agrupadas anteriormente. A
cada grupo formado, pelo menos 1 aluno irá ficar sozinho, dessa forma os alunos
que forem sobrando vão se agrupando em grupos de 5 pessoas cada.
2ª Atividade: Jogo das argolas
Como
pré-requisito para o trabalho com a multiplicação, realizaremos este jogo, cujo
objetivo é identificar se os grupos estão aptos para a sequência de atividades
propostas. Neste jogo, os jogadores irão treinar seus conhecimentos de adição.
Para realização deste jogo, serão organizadas algumas garrafas PET com
operações de adição, sem as resoluções. A dinâmica do jogo é: escolher um
representante de cada grupo o qual deverá lançar a argola na garrafa e
responder a operação manuseando material concreto para todos verem.
3ª Atividade:
Jogo dos dados
Neste
jogo, serão dispostos 2 dados gigantes, os quais serão lançados pelas
orientadoras, o objetivo é que os grupos multipliquem as faces dos dados e a
primeira equipe que estourar a bexiga, responderá a questão. Para este jogo,
deverá ser escolhido um representante que realizará a prova.
4ª Atividade:
Usando a tabuada no dia-a-dia [vale 50 pontos]
Esta
prova será uma avaliação diagnostica para saber até onde os alunos tem
conhecimento de multiplicação, que consiste em situações cotidianas onde os
alunos precisem usar o raciocínio e a multiplicação para solucionar. A cada
situação respondida corretamente, o grupo será marcado em um quadro de
pontuação. (Autódromo)
5ª Atividade: Desafio legal [vale 50
pontos]
Jogo do dominó. O dominó deverá conter, ao invés de pontinhos operações que deverão ser completadas a cada peça colocada. A
equipe que finalizar o jogo de dominó com operações de multiplicação primeiro,
vence a prova.
Modelo do dominó para imprimir
6ª Atividade:
Tabuada é uma arte! [Vale 100 pontos]
Os
alunos terão a missão de criar uma paródia e cantar juntos, em suas equipes, a musica que criaram
da tabuada.
7ª Atividade: Caça ao tesouro [vale
100 pontos]
As
pistas serão problemas matemáticos e a cada acerto encontrarão a próxima pista.
No fim os alunos acharão um baú com medalhas para todos os que participaram da
gincana.
Que proposta massa para se trabalhar a tabuada, sempre ouvimos dizer que a matematica como um todo é dificil e chata, mas a ideia do brincar proporciona a criança a construção do conhecimento de forma significativa e prazerosa.
ResponderExcluirExatamente Jéssica, tentamos mostrar a partir de propostas lúdicas que é possivel aprender tabuada sem estar presa a memorização. E estas só foram algumas das propostas, é lógico que existem muitos outros jogos em que se pode trabalhar multiplicação, é só usar a criatividade! E os alunos agradecem....
ResponderExcluirAdorei as propostas lúdicas metodológicas principalmente a do Jogo do dominó, que proporcionou uma motivação em desenvolver o raciocínio lógico matemático usando a multiplicação. “Essa oficina consegui envolver a turma de Pedagogia que é composta por adulto imagine numa turma composta por crianças.” Metodologia como esta vale a pena ser trabalhada nas series inicias, no tocante das áreas da matemática que sempre foi o bicho papão dos alunos.
ResponderExcluirQue bom que você testemunhou isso Dani, a proposta é justamente esta, ensinar, mas de forma prazerosa, e desmistificar a matemática enquanto vilã dos alunos! ;)
ResponderExcluirMuito legal a sequencia didática!!!
ResponderExcluirParabéns, adorei.
ResponderExcluireu nao consegui entender a atividade numero 5
ResponderExcluirExcelente. Barata e totalmente viável.
ResponderExcluirAmei a idéia!!parabéns!
ResponderExcluirobg pelas atividades terão bom proveito
ResponderExcluirparabéns pela idéia,vou colocar em prática durante as minhas aulas.
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